Santos para todos os gostos e paladares!
min de leitura
O roteiro dos Santos Populares vai levá-los aos bairros com a comida mais típica da época do ano. A sardinha marca presença, mas não é a única.
Publicado em 06-Jun-2019
Junho em Lisboa é sinónimo de música em todos os cantos e do cheiro a assado no ar. A sardinha ou a bifana saltam da grelha para o pão e todos querem a melhor experiência gastronómica que os Santos Populares têm para oferecer. De bairro em bairro e de arraial em arraial, ficam as melhores alternativas para preencher os fins de semana de um mês de manjericos e casamentos. Para quem nem é carne nem é peixe, também há alternativas. Junte os amigos, trace o roteiro e palmilhe Lisboa ao sabor da grelha!
Para os amigos “No tradicional é que estão os Santos”
Sabem todas as músicas populares portuguesas e nunca dizem que não à fila que se faz ao som do Apita o Comboio. Para este grupo de amigos a festa começa cedo, acaba tarde e os melhores spots são aqueles que juntam habitantes e turistas, de todas as idades. Gostam do aconchego de uma boa multidão e, por isso, a zona central de Lisboa é o rumo que seguem, ano após ano. Os Santos à Campolide prometem tudo isto e muito mais: os próximos fins de semana garantem estrelas bem conhecidas dos portugueses. Na noite de Santo António, Ruth Marlene pisca,pisca o olho a quem a quiser ver no concerto. A acompanhar: caldo-verde, bifana, sardinha ou caracóis. É à escolha do freguês.
Para quem quer aproveitar a festa da freguesia, mas agradece um descanso na hora de jantar, a Valenciana tem grelhados que farão recuperar energias e sair de barriga cheia! E, claro, a acompanhar uma carta de vinhos para todos os gostos.
Já na Estrela, o slogan é Santos em Santos e a freguesia promete o que cumpre: são seis palcos, seis spots para degustar a bela da sardinha e para dar um pezinho de dança. É escolher o que tem melhor música e melhores comes e bebes… Ou ir experimentando, um por fim de semana.
Já que falamos de experiência, o arraial A voz do operário já tem anos e anos dela e isso traduz-se numa boa organização. É, por isso, escolha de muitos grupos na hora de festejar o padroeiro lisboeta. Até ao final do mês, há boa comida e boa bebida, tipicamente desta época, e o melhor: aceitam-se reservas. Nas noites de 15, 21 e 29 há noite de fado, um plus para quem gosta de imergir na cultura portuguesa.
Em noite de Santos, rumar a Santos, na Mouraria, é sinal de visita ao restaurante O Caldo Verde. Aqui tem o aspeto típico de pequeno restaurante de bairro, que combina na perfeição com uma sardinha assada bem servida – e longe da confusão.
Para os amigos “Go green or go home”
Se o grupo é fã de medidas sustentáveis, adepto do vegetarianismo ou se, simplesmente, anda à procura de arraiais com mais do que cheiro a sardinha, Lisboa tem boas opções! O Arraial Composto assume-se como “o arraial mais amigo do ambiente e mais multicultural” da capital. Transformam os três R em seis – reutilizar, reciclar, repensar, reaproveitar, reduzir e recusar – e afirmam que todos eles fazem parte do evento. Mais: ao sábado, para reduzir o impacto da pesca da sardinha, substituem-na por carapau.
No mercado de Santa Clara, o Veggie Vibes dá sentido ao dito (popular, claro) de que não há duas sem três. Na terceira edição, decorada a rigor, entre 9 e 13 de junho, a seitana é a substituta óbvia à bifana, onde há lugar para chouriço assado e caldo-verde.
Na mesma linha, mas bem mais exclusivos são os Santos Veganos, na Mouraria, já que o evento só vai acontecer na noite de 12. A madrinha deste arraial é a comida vegana, mas a cerveja artesanal e a sangria da casa juntam-se – e bem! – à festa. A banda sonora? Latino-americana. É pegar ou largar!
Para os amigos “Lisboa é do mundo”
A música popular é boa, mas não chega para vocês? Também há soluções! A magia de Lisboa é ser uma cidade onde cabe o mundo. E onde cabe o mundo cabem estilos musicais alternativos, acompanhados por comida alternativa e atividades – sim! – alternativas também. Não há melhor exemplo que os Anjos Populares, a 12 e 13 de junho. A comida é veggie, o que a este ponto já não é assim tão novidade. Mas da festa fazem parte concertos, DJ, cocktails e… tatuagens!
Com um pé na Mouraria, mas a cabeça noutros rumos, os Santos Pecadores prometem animação das 4 da tarde às 4 da manhã, com as raízes sul-americanas e o afro-eletrónico a pautarem o compasso. Portugal, Espanha, Brasil e Colômbia marcam presença, tal como a empanada vegetariana e o chicarrón peruano.
Para quem gosta de um estilo de música mais alternativo ou para aqueles que não conseguem chegar a um consenso sobre que música preferem para as noites dos Santos Populares, Alvalade é o destino. No Santo António de Alvalade, os ritmos mais conhecidos estão presentes, mas dão também espaço e tempo ao flamenco, ao funk ou ao fado. Também na comida há opções para todos os gostos: sardinhas ou bifanas, cachorros ou caracóis, farturas e até leitão assado fazem parte do leque. Entre 7 e 16 de junho, é só combinar o espírito de grupo com o cartaz da noite.
Ainda neste bairro, vale a pena tentar a sorte no restaurante Pomar de Alvalade, onde há polvo e bitoque, doces e vinho. Mas a atração principal são as caracoletas. Por isso, talvez tenham de passar mais do que uma vez antes de conseguirem entrar… Vale a pena a espera, garantem.
Fora do conceito dos Santos, mas dentro ainda do mês deles, Belém ruma a caminhos mais orientais, através do Festival do Japão. O evento, a 22 de junho, combina modernismo e tradição nipónicos com workshops e espetáculos. É a oportunidade perfeita para uma boa comida japonesa! Além do festival, do jardim Vasco da Gama tem-se uma vista icónica de Lisboa para apreciar.
Para os amigos “Quanto mais melhor”
Mais festas, mais pessoas, mais confusão. Se o lema do grupo é sempre “mais”, o melhor é juntar-se à zona mais típica de Lisboa. O Arraial da Vila Berta, na Graça, promete e cumpre: “Há jantar e cheiro a manjerico”, “jecas, petiscos e alegria”. Há vinho, cerveja e a música popular marca sempre presença. Até dia 13, às 18h, a festa pode começar na Graça! Se procuram um sítio mais recatado do que as barracas de rua, o restaurante O Pitéu promete comida típica a preços muito convidativos.
No coração de Lisboa, há bairros que dispensam apresentações e onde é impossível destacar apenas um spot. Afinal, a festa faz-se rua sim, rua sim, com música, animação, e grelhadores nos quais a comida parece infinita. De Alfama e da Mouraria, vão sempre trazer boas recordações e um estômago aconchegado, parem onde pararem! São sítios onde o espírito dos Santos é elevado a um outro patamar.
E, claro, para os que gostam de um bocadinho de adrenalina, a Bica junta a todos os fatores anteriores a inclinação e todas as escadas, ideais para um passo de step ao som dos artistas do costume.
Já que estão a palmilhar as sete colinas, se a romaria levar até perto do castelo de S. Jorge e os pés já não aguentarem mais, o Zé dos Cornos tem o aconchego que todos procuram num entrecosto saboreado em restaurante típico de Santos Populares, com bancos corridos.
Se o vosso grupo é mais adepto do lema “a descer todos os santos ajudam”, o destino é mesmo Santos! N’O Boteco do Largo a decoração é típica, a comida é tradicional, e a satisfação é prato da casa! Caldo-verde e pica-pau são as sugestões para o jantar.
Na mesma zona, o símbolo de sardinha não engana: na Petiscaria Ideal há comida típica portuguesa, pensada para agradar a todos os palatos, combinada com um ambiente descontraído de restaurante moderno. A pausa perfeita para, depois, voltar às multidões!
Para os amigos “Apostamos na periferia?”
Os Santos são para todos os gostos, até mesmo para o gosto de quem prefere fugir da confusão e arranjar alternativas mais afastadas e menos concorridas. É o caso de Carnide, onde o coreto marca o ponto de partida para uma noite à Santos, com decoração a preceito, ou dos Olivais, onde o Arraial da Centieira traz sardinha, chouriço, bifana, caldo-verde e uma presença pouco habitual: courato. Isto durante todos os sábados de junho, vésperas de feriado e dia de Santo António.
Já que estão na periferia, é procurar pel’O Miudinho, um restaurante onde os grelhados são o prato-estrela. E baratos.
Já em São Domingos de Benfica, deixa-se passar a folia do feriado e arrasta-se a festa até 19, para prolongar o sabor a Santos. O Arraial +55, a partir das 13h, promete comida, animação e tem uma componente solidária a que não devem ficar indiferentes: a organização pede a contribuição com bens não perecíveis para quem mais precisa e, em troca, promete um prémio! Mas diversão já é prémio suficiente, não é?